OFERENDA DA IRMANDADE DOS VINHOS GALEGOS AO APOSTOLO SANTIAGO.
Nemésio Barxa


Senhor Santiago, vimos cumprimentar-vos com respeito nesta maior catedral românica de Ocidente que levantou o Reino de Galiza por vossa grandeza. Somos uma associação de homens, amantes de Galiza, de suas gentes, seu território e sua fala, unidos na defensa do vinho, e todo o que significou na vida e cultura no mundo, designadamente o vinho produzido na Galiza, por isso nos chamamos, Irmandade dos Vinhos Galegos. Os vinhos galegos som mostra da idiossincrasia galega, sinal de identidade e da sua cultura, enraizados na tradição e na história de pertença á sua terra como também ocorre com a castanha; ambos forem em tempos antergos alimento do corpo e reconforto de tantas sedes de todo tipo como suportou o povo galego que, vivendo aqui o senhor, também teve que suportar. No S. IX e seguintes, muito antes da chegada dos monges de Cluny a Galiza, já exportávamos grandes quantidades de vinho galego a outras cidades europeias mercê á qualidade reconhecida do vinho do Ribeiro, até que no S. XVII rematou com este frutífero comercio a proibição, por causa de disputas pessoais de reis alheios, de exportar a Inglaterra. Sofremos perseguição de próprios e alheios como o Sr. Santiago que suportou invejas desde Roma até cabeças reinantes, das que entendemos saiu adiante polas suas qualidades e a devoção de gentes que confiarem em Voçê. Invejas politicas do projeto de criação de um reino Cristiano chamado Galiza (“ocidentalia loca” que dize o breviarium apostolorum) ou humanas da independência religiosa de Compostela fronte a Roma ao havernos chegado o anuncio do evanxeo diretamente por um dos apostoles mais próximos a Cristo.

Ainda que somos um grupo diverso no que uns podem ser cristãs, ou crentes, ou praticantes, também exceptivos, incrédulos, indiferentes ou incluso ateos e todos sentimos o amor a Galiza e consideração ao vinho, temos tudo o respeito e reconhecimento ao Senhor Santiago, conhecedores da sua pessoa, seus valores, da historia e incluso da lenda.

Somos gente de paz, romeiros que vimos visitar ao Santiago evangelizador, peregrino, ao Santiago predicador não ao invento de monarcas castelhanos numa batalha, como pouco, duvidosa na que espada em mão decapitava muçulmanos igual que Herodes te mandou decapitar; nos estaríamos com o senhor Santiago no sofrimento do martírio e não nas cavalgadas guerreiras, tal vez inventadas, matando inimigos, igualmente rejeitadas polo nosso rei Afonso VIII (IX). Porque além da lenda ou da realidade, a invenção de tua sepultura, a noticia de teu magistério, supujo um impulso importante no mundo, na economia e no sentimento para nosso povo.

Por isso, Sr. Santiago, além de crenças ou lendas, recebe esta oferta que com todo carinho e respeito te faceemos os Irmandinhos do Vinho Galego, agradecidos.