D. JOAQUÍN REBOLLEDO
A morte de
nosso Irmandinho Joaquín Rebolledo deixa orfos e fríos os nossos vinhos galegos.
Nos días da alegría vendimadora, dos aturuxos retumbando de ladeira a ladeira,
da escorrentía do mosto nos lagares, da mágica fermentaçóm e transubtanciaçom
do mosto em vinho, esses mesmos días e para fazer ainda mais tristes os
primeiros dias de Outono, sai da nossa companhía diária o nosso amigo Joaquín.
E
nom foi só Joaquím um bom amigo, disposto a compartilhar o seu, senom um dos
melhores e mais decididos vinófilos e vinhateiros galegos. Do mundo da defesa
jurídica, passou e triunfou tambén no dificil mundo do vinho, entendendo este
oficio como poucos, e dando exemplo de um dito simples mas pouco aplicado, que
"é bom negócio ser honrado".
Cuidou
e mimou como ningu&iecute;m nas suas fincas as variedades locais, mais tamén se deu
conta do enriquecimento que supom a mestizagem, e trouxo uvas de castes foráneas,
como o Merlot, que melhorou muito a qualidade, com grande rasgadura de
vestiduras dos inmovilistas que pretenderom botar fora do Conselho Regulador a
um dos melhores vinhateiros e vinhos de Valdeorras. Os que levan na fronte umha
estrela, e no bico um cantar, som enveijados e perseguidos, antes de ser
seguidos.
E
orgulhoso do seu, deulhe o seu nome ao seu vinho, fazendo um filho que criar,
pare que a sua fama e sona o faga inmortal, deixando "outra vida mais
gloriosa eiquí". A economia do vinho, ben entendida, é a longo praço, e
um nome ou marca, herenza de generacións, pois como um ilustre apelido, transmíte-se
de boca em boca, até o fim dos tempos.
D.
Joaquím foi a primeira folha que caiu neste escuro tempo de invernia, e ainda e
mais triste e injustificada a morte, por ser um home namorado da vida, cheo de
ideias e projectos. Quiçás esté discutindo neste momento com Sam Pedro se o
vinho se deve beber en cuncas ou em fino cristal, se debe ter um pouco mais de
Malbec, Cabernet ou Mencía. Luitador e rabudo, como é, nom se deixará ganhar
facilmente.
Umha
lágrima por ele, que caiga na nossa copa, e, saudando ao ceu, beber a sua saúde,
honra, glória e memória.
¡Sursum Corda!